Sempre gostei de montanhas. Talvez por ter nascido e vivido muitos anos numa região montanhosa. Durante a minha infância e juventude, em Belo Horizonte, escalei várias vezes o “pico”, como chamávamos o ponto mais alto da Serra do Curral que limita a cidade a sudeste.
Em viagem ao Equador, meu principal objetivo era conhecer o vulcão Cotopaxi. Fui e tive uma das melhores experiências de minha vida. De um lado eu queria ver e sentir a beleza da montanha e, de outro, testar a minha capacidade de caminhar em grandes altitudes.
O Cotopaxi é um vulcão ativo, situado a 75 km de Quito, a capital do Equador. Tem 5.897 m de altura. Em companhia de Rodrigo, nosso guia, chegamos até o estacionamento de veículos a 4.400 m. Dai em diante é preciso caminhar para alcançar o primeiro refúgio que fica a 4.800 m. O trecho acima está interditado, pois o Cotopaxi vem dando sinais de erupção desde 2015.
Sem equipamentos adequados, consegui chegar aos 4.700 m. Em toda a caminhada, o ar é rarefeito, os ventos são muito fortes e faz frio. No limite de minha capacidade física e temendo o avanço de grandes nuvens, resolvi voltar ao estacionamento.
No mesmo dia, visitamos a Laguna Limpiopungo, um espelho d´água raso, próximo do vulcão, que atrai muitas variedades de pássaros e pequenos animais. De lá, atravessamos uma belíssima região agrícola trabalhada por famílias indígenas. É incrível como se vive e produz nessas altitudes de 3.500 metros.
A próxima etapa seria para visitar a Laguna Quilotoa. Poucos minutos depois de nossa chegada, a neblina cobriu toda essa região dos Andes. Curtimos o final do dia dentro das nuvens.